13 de maio de 2009

Hoje é dia da Libertação dos Escravos.

Não falarei aqui sobre a importância dos negros para o Brasil. Não tenho capacidade para isso, transcende as minhas possibilidades intelectuais (se é que tenho alguma). Também pouco farei deste post uma exaltação a importância do dia 13 de maio para nosso país, não é preciso. Deixo isso paras as redações de vestibular.

Falarei das cotas e do programa Canal Livre do domingo passado (clique aqui para assistir) que tratou a respeito do tema.O Sociólogo Demetrio Magnoli foi o capitão-do-mato retórico daquele domingo. Depois descobri no viomundo que o Sr. Burns, digo, José Serra, defende posição semelhante. Confesso que isso não me causou nenhuma surpresa.

Um dos argumentos contrário as cotas raciais que tem me incomodado, mais pela desfasatez que pela pertinência foi sustentado lá. Trata-se do argumento de que as cotas aumentariam o preconceito no Brasil. Ora, como os defensores de tal tese julgam possível medir o aumento do racismo? Por acaso existe alguma espécie de "nazimetro"? Isso é no mínimo forçar a barra. Ninguém é mais ou menos racista. Se é racista ou não, e ponto.

Assim, supor que as cotas aumentariam o racismo é ridículo. Ou algum branquelo aqui se tornaria racista por causa das cotas? Na minha opinião as cotas no máximo revelam o racismo enrustido, digamos assim. Alías, só a defesa das cotas parece causar este efeito. Basta a menção delas para que os facistóides saiam do armário, com a cara pálida e a coragem skinhead de sempre.

Alías, o Dr. Sociólogo Magnoli, em outro dos seus "fantásticos" argumentos contra as cotas, chegou a sustentar que a possiblidade das cotas traria pra dentro da legislação brasileira o conceito de raça, este superado segundo ele. Ora, faltou alguém dizer para o cidadão que a Constituição Brasileira já traz este "conceito" nos art.3°, IV; art.4°, VIII; art.5°, XLII e art.7°, XXX. Assim do ponto de vista jurídico e sociológico é possível sim falar em raça, mesmo que biologicamente isso não se sustente.

Outra pérola do grande sociólogo foi afirmar, em dado momento do debate, que não era possível determinar se os negros no brasil eram descendentes dos escravos africanos... Olha, só vendo pra crer mesmo.

Também no referido Canal Livre, chama a atenção a "imparcialidade" dos jornalistas. No fim do programa, pareciam 4 contra 1. 4 brancos contrários as cotas, contra um negro a favor delas. Mas por mais que o quarteto sabichão se esgoelasse, a melhor defesa naquele debate não precisou nem ser dita. Bastava olhar e perceber quantos dos jornalistas ali eram negros.

Um comentário:

  1. Putz, o Magnolli é nojento. Pior que ele, só o tal do Ali Kamel, jornalista do Globo e autor do livro que é uma pérola: "Não somos racistas".

    Visita depois o blog de um parceiro meu: cotasparanegros.blogspot.com

    valeu!

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